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Dia do Artesão é celebrado nesta sexta

Em Sergipe, mais de quatro mil profissionais oficialmente se dedicam à atividade.
Por Redação
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O artesanato é uma das manifestações que mais representam a identidade de um povo, ajudando a retratar a sua riqueza cultural e a diversidade de suas origens. Em Sergipe, essa arte ganha um toque especial, com uma variedade de produções reconhecidas nacionalmente e internacionalmente, envolvendo milhares de pessoas na arte de transformar a matéria-prima em verdadeiras obras de arte.

Pensando em homenagear esses profissionais, foi instituído em todo mundo o 19 de março como o Dia do Artesão. A origem dessa data deve-se à Bíblia e à religiosidade. De acordo a Igreja, Jesus Cristo aprendeu com o pai (José) o ofício de marceneiro. Por conta disso o pai de Jesus foi escolhido como protetor dos artesãos e data passou a ser comemorada no tradicional Dia de São José.

De acordo com o Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab), há no estado 4.415 artesãos cadastrados. Profissionais como Gorete Rodrigues, ceramista no município de Arauá. “O artesanato é o meio pelo qual posso demonstrar a minha capacidade e o caminho que encontrei para levar um pouco mais de alegria para a vida das pessoas. Em cada peça que produzo coloco um pouco dos meus sentimentos e busco transmitir isso para as pessoas que adquirem o meu trabalho”

Em Sergipe há uma grande pluralidade de produção artesanal, com destaque para a renda de bilro de Poço Redondo e o bordado tipo Richelieu, de Tobias Barreto; a cerâmica em Santana do São Francisco, Simão Dias e Itabaianinha; o artesanato em palha nos municípios de Brejo Grande, Pacatuba e Pirambu e a mais famosa delas, a tradicional renda irlandesa de Divina Pastora.

Sobre a renda irlandesa, em 2008 o seu modo de confeccioná-la foi incluído no Livro de Registro dos Saberes Nacionais e reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Iphan. Outro importante reconhecimento é o recente certificado de procedência e qualidade dos produtos, o Selo de Indicação Geográfica, que autentica as peças, conferindo-lhes mais valor e credibilidade no mercado. O selo foi conquistado em 2013 com apoio do Sebrae.

O perfil do artesão

Uma pesquisa feita pelo Sebrae no final de 2013 traçou um perfil dos artesãos brasileiros. A atividade geralmente envolve pessoas mais velhas (68% delas têm entre 40 e 64 anos), que atuam na área há mais de dez anos (72%), a maior parte tem no artesanato a principal fonte de renda (60% delas). Entre aqueles que dependem do artesanato para sobreviver, grande parte possui um grau de escolaridade reduzido, sendo que quase um terço deles (31%) não possui nível fundamental completo

O distanciamento desses profissionais em relação ao sistema financeiro é expressivo no que diz respeito ao financiamento da produção artesanal, o que de certa forma confirma o caráter amadorístico da atividade. Dos entrevistados, apenas 19% já realizaram financiamento ou empréstimo e, entre os que não o fizeram, mais da metade afirmou não ter a intenção de fazê-lo até o ano seguinte (57%).

A capacitação nos aspectos financeiros (20%) e de produção (20%) são as mais necessárias, segundo os artesãos. As maiores dificuldades enfrentadas por eles dizem respeito à comercialização dos produtos (29%), falta de visão de mercado (13%) e valorização da atividade (13%). Há uma grande variedade na natureza dos produtos produzidos por artesãos. A categoria mais representativa (roupas de cama, mesa e banho) responde por 17% do que é disponibilizado, seguida de bijuteria e acessórios (12%) e jogos de cozinha (11%).

Uma outra pesquisa feita pelo Sebrae para medir o impacto da pandemia de Covid-19 sobre os empreendedores mostrou que o setor de economia criativa, da qual o artesanato faz parte, foi um dos mais prejudicados desde o início de março do ano passado. No levantamento feito no final de fevereiro deste ano, 58% dos empreendedores relataram ter registrado no período uma queda de faturamento em relação a uma semana normal de trabalho antes da crise.

Para a analista técnica do Sebrae, Maria Júlia Vasconcelos, o momento agora é de reinvenção para superar a crise. “Aproveite o momento para descobrir e pensar soluções úteis para o dia a dia do seu cliente. Lembre-se que muitos hábitos estão mudando neste período de pandemia e que as pessoas vão precisar de produtos práticos. Use os meses de março, abril e maio para desenvolver produtos para a Páscoa, Semana Santa e Dia das Mães. Invista no marketing digital, crie nas redes sociais campanhas de sensibilização para encantar seus clientes e potencializar suas vendas neste período”.