Uma nova pesquisa do Sebrae realizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas mostra que com o prolongamento da crise cresceu o número de empresários sergipanos que buscou crédito junto às instituições financeiras para manter o negócio em funcionamento. Apesar da tentativa, a grande maioria teve o pedido negado ou ainda aguarda algum tipo de resposta por parte dos bancos e cooperativas.
O levantamento revelou que 48% dos proprietários de pequenos negócios já tentaram contrair algum tipo de empréstimo desde o começo da pandemia. No estudo realizado no mês de maio esse percentual era de 28%. Porém, 86% desses empresários não tiveram sucesso na busca por novos recursos.
Os principais motivos para a não liberação, segundo os entrevistados, se dá pelo fato de a empresa estar negativada no Cadin/Serasa (16,1%), o CPF do empresário estar negativado (14,3%) ou pelo pouco tempo de funcionamento do empreendimento (12,5%). A pesquisa indica que um terço desse público buscou linhas de crédito de até R$ 20 mil.
Com a dificuldade para viabilizar a entrada de novos recursos, as finanças das pequenas empresas estão cada vez mais comprometidas. Pouco mais de 43% dos entrevistados relataram já possuir dívidas ou empréstimos em atraso. Para se ter uma ideia do agravamento dessa situação, na pesquisa anterior esse percentual era de 23%.
“Os dados mostram que apesar do lançamento de diversas medidas para permitir o acesso desses empresários às linhas de crédito, é notório que os recursos não estão chegando a quem mais precisa. É preciso mais agilidade nesse processo, além de um trabalho de sensibilização do poder público junto aos bancos para que eles facilitem a liberação dos financiamentos. A situação tem se agravado e se nada nesse sentido for feito veremos ainda mais empresas fechando suas portas”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.
Queda de faturamento
O levantamento feito pelo Sebrae mostrou ainda que 86,5% das empresas relatou ter registrado diminuição no faturamento durante a crise. A queda nas vendas foi em média de 61% nos últimos meses. Para tentar minimizar esse impacto, 65% desses empresários passaram a utilizar as redes sociais e aplicativos na comercialização de seus produtos e serviços.
Entre as medidas adotadas pelos empreendedores para evitar demissões, 30 % das empresas suspenderam contratos de trabalho durante a crise, enquanto 29% reduziram a jornada de trabalho com redução de salário e 24% deram férias coletivas aos empregados.
A pesquisa foi realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas entre os dias 25 e 30 de junho junto a microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte do estado utilizando formulários online.