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Mulheres recorrem mais ao digital para fazer negócios durante a crise

Estudo revela que elas estão mais conectadas e engajadas que os homens nas redes sociais.
Por Wellington Amarante
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Um estudo realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que em meio às dificuldades para gerenciar os seus negócios durante a crise, as sergipanas estão recorrendo mais ao ambiente digital que os homens para continuar funcionando e superar a queda de faturamento. A pesquisa revela ainda que elas também avançaram mais que os empresários do sexo masculino na implementação de estratégias de vendas online, engajamento em redes sociais e utilização de aplicativos.

Enquanto apenas 15% dos homens começaram a realizar vendas online com o uso de redes sociais (Instagram, Facebook e WhatsApp), o percentual de mulheres que passou a utilizar esses recursos chegou a 43%. Além disso, enquanto 15,8% das empresárias gerenciavam as suas contas pelo aplicativo dos bancos (pagamentos e recebimentos), apenas 6,5% dos homens adotaram a mesma prática.

Uma dessas empreendedoras que passaram a dar mais atenção ao ambiente digital é Ana Michele, proprietária da confeitaria Pequeno Pedaço. Ela investiu na divulgação e comercialização de seus produtos no Instagram, utilizando inclusive postagens patrocinadas, e passou a utilizar o serviço de delivery para entregar as encomendas. Uma outra medida foi a criação de um site para divulgação do estabelecimento comercial.

“O Instagram passou a ser nossa principal ferramenta de contato com os clientes. Além de fazer negócios, temos a oportunidade de estreitar o relacionamento com o público e reforçar a marca da empresa. A proposta é continuar se fazendo presente na vida daqueles que já nos conhecem e ser uma opção para aqueles que ainda não conheciam a Perfeito Pedaço”.

Segundo Mariana Araújo, analista técnica do Sebrae em Sergipe, a utilização dessas ferramentas mostra que as mulheres estão cada vez mais atentas às inovações. “Elas se preocupam mais em estar conectadas, em conhecer as novas tecnologias e, sobretudo, como utilizá-las da maneira mais eficiente para gerar negócios. É um grupo que não tem receio de buscar novos conhecimentos, pesquisar e ir em busca daquilo que julga ser essencial para garantir a sobrevivência da empresa”.

Medidas de gestão

O levantamento sinaliza ainda que as mulheres estão mais empenhadas na busca de soluções para reduzir despesas e melhorar o fluxo de caixa das empresas. Pouco mais de 45% delas adotaram a estratégia de tentar reduzir o pagamento de impostos e taxas (37,1% entre os homens), 36,8% buscou diminuir o consumo de água e luz (25,8% no sexo masculino) e 28,1% sentiu a necessidade de buscar suspender o pagamento de dívidas ( 19,4% entre eles).

Os homens, por sua vez, estão dando preferência à busca pela redução de juros nos empréstimos (40,3% contra 26,3% entre as mulheres) e ao auxílio para pagar aluguel (33,9% a 19,3%).

A pesquisa mostra ainda que dentre os estabelecimentos que precisaram paralisar suas atividades por conta da pandemia, 45% eram chefiados por mulheres. Nos negócios comandados por pessoas do sexo feminino, a queda no faturamento mensal foi de 57%, enquanto que entre os homens foi de 51%.

Outros dados apontados pelo estudo é que os negócios comandados por mulheres apresentam um nível de endividamento superior ao dos homens ( 60% contra 40%). Apesar disso, 49% das mulheres donas de negócio entrevistadas afirmaram nunca ter buscado um empréstimo bancário, contra 42% dos homens. E desde o início da pandemia, apenas 22,8% das mulheres de fato já buscaram empréstimos (contra 27,4% dos homens).

Esse foi o terceiro levantamento realizado pelo Sebrae para medir o impacto da pandemia de coronavírus sobre os pequenos negócios. Os dados foram coletados entre os dias 30 de abril e 5 de maio por meio de pesquisa quantitativa utilizando formulários online.