Uma nova pesquisa feita pelo Sebrae revela que cresceu o percentual de pequenos negócios que registraram queda no faturamento durante a crise do coronavírus. Agora, 89% dos empreendedores relataram diminuição de receitas, contra 81% do registrado no levantamento anterior e divulgado no início de abril.
Os dados apontam que a queda nas vendas atingiu a marca de 68,3% e que 27,6% dos empresários já relataram ter realizado demissões em função da crise. A média de fechamento de postos de trabalho é de 2,5 por empreendimento.
Um outro número que mostra as dificuldades enfrentadas pelos sergipanos é a disponibilidade de caixa para continuar honrando os compromissos assumidos. O levantamento indica que é de apenas 27,5 dias o prazo que os empresários aguentam manter a empresa fechada e ainda assim ter dinheiro para pagar as contas.
Entre as medidas adotadas por eles para manter o negócio em funcionamento, a pesquisa aponta que 62,5% dos estabelecimentos estão operando apenas com sistemas de delivery ou vendas online. Metade das empresas optou por reduzir a carga horária de seus colaboradores, enquanto 31% estabeleceu o sistema de teletrabalho.
Dificuldades com o crédito
Em meio aos problemas para gerar receita, 49,1% dos proprietários de pequenos negócios destacaram que é necessário obter empréstimos para manter a empresa em funcionamento sem gerar demissões. Pouco mais de um quarto dos entrevistados (26%) relataram ter ido em busca de recursos junto ás instituições financeiras. Porém, apesar da tentativa, apenas um em cada oito empresários conseguiu a aprovação do pedido.
Entre as medidas consideradas mais urgentes pelos empreendedores para amenizar os impactos da crise sobre os negócios estão a concessão de empréstimos sem juros, o aumento das linhas de crédito e a redução de impostos e taxas por parte dos governos.
“Isso mostra que a situação está ficando cada vez mais difícil e as políticas públicas adotadas até agora não estão chegando aos pequenos empresários. É preciso dar celeridade a essas medidas, pois caso contrário teremos empreendimentos fechando e mais desemprego”, destaca o superintendente do Sebrae em Sergipe, Paulo do Eirado.
Em relação à melhoria do cenário econômico, a pesquisa mostrou que é alto o grau de ceticismo entre os proprietários de pequenos negócios no estado. Eles indicaram que vai levar sete meses para que a situação da economia volte ao normal.