O avanço da vacinação e a flexibilização das medidas que restringiram o funcionamento de muitas atividades contribuíram para a melhora dos indicadores financeiros das micro e pequenas empresas sergipanas. É o que aponta a décima terceira edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, promovida por meio de uma parceria entre o Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O levantamento mostra que 57% dos empreendedores ainda estão faturando menos que no período pré-pandemia. Esse número é o mais baixo desde o início da realização do estudo, em março de 2020. No levantamento anterior, feito em setembro do ano passado, esse percentual alcançou a marca de 83%, o mais alto dentre todos os estados da federação.
Além da redução no percentual de empresas que indicaram queda no faturamento, a pesquisa mostrou um outro dado positivo. A diminuição na entrada de receita nos pequenos negócios foi de 22%, também o índice mais baixo dentre todos os levantamentos realizados. Em setembro, por exemplo, esse percentual tinha sido de 52%.
Essa melhora no caixa também ajudou a reduzir a inadimplência dos pequenos negócios. Dezenove por cento deles relataram possuir dívidas ou empréstimos em atraso, seis pontos percentuais a menos que o indicado na pesquisa feita em setembro do ano passado. A taxa de quem possui débitos e está em dia com esses compromissos subiu de 35 para 42%.
“Os indicadores mostram uma melhora considerável na situação econômica das micro e pequenas empresas sergipanas e isso é importante porque essa recuperação nas finanças também contribuiu para a geração de empregos, já que mais de 16 mil vagas foram criadas no ano passado em negócios desse porte”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.
Mas para que esse cenário de recuperação continue é preciso, de acordo com o dirigente, que os empresários redobrem os cuidados com os protocolos sanitários. “Estamos presenciando um aumento no número de casos de Covid-19 e já existe uma pressão para que sejam adotadas medidas de restrição de circulação de pessoas e de alteração no funcionamento de algumas atividades. Para evitar que passemos por uma situação igual à que vivenciamos no início da pandemia é mais do que necessário que os empreendedores redobrem o cuidado esses protocolos em seus estabelecimentos, ajudando assim a evitar a propagação do vírus”.
Aumento de custos
Segundo os empreendedores, o que mais tem dificultado o processo de recuperação das finanças é o aumento dos custos necessários para o funcionamento do negócio. Para 50% deles, a alta nos preços de insumos, combustíveis, aluguel e energia elétrico tem impactado o faturamento. Para outros 28% o principal obstáculo tem sido a falta de clientes.
Um outro dado positivo mostrado pelo levantamento é que 86% dos donos de pequenos negócios disseram que pretendem investir em suas empresas este ano. Esses investimentos serão, principalmente, na ampliação da capacidade produtiva ou de atendimento (21%), na divulgação do negócio (19%) e em sua modernização – lançamento de novos produtos, serviços, processos – (15%).
Setenta e cinco por cento dos donos de micro e pequenas empresas utilizam as redes sociais e aplicativos para realizar vendas. A principal rede utilizada é o WhatsApp (81%), seguido pelo Instagram (62%) e Facebook (28%). O PIX já é utilizado por 86% dos empreendedores no processo de vendas de produtos ou serviços.