Os dados de uma nova pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelam uma leve melhora na situação dos pequenos negócios no estado. O percentual de empresas que tiveram queda no faturamento em relação a uma semana normal de trabalho caiu de 86,5 para 81%. Em média, essa diminuição na entrada de receitas foi de 61% em relação ao período pré-pandemia.
Esse cenário se refletiu na saúde financeira das empresas. Enquanto na pesquisa anterior, realizada no final de junho, 43% dos entrevistados relataram possuir empréstimos ou dívidas em atraso, nesse novo levantamento o índice caiu para 34%. Outros 37% afirmaram possuir dívidas, mas estão com os pagamentos em dia.
Apesar de os números sinalizarem um certo otimismo em relação ao impacto da crise sobre os pequenos negócios, o estudo também mostrou que cresceu o número de empreendedores que tentaram contrair um empréstimo durante a pandemia, subindo de 48 para 56%.
Porém, 83% deles não tiveram sucesso na busca por novos recursos. Os principais motivos para a não liberação, segundo os entrevistados, se dá pelo fato de o CPF do proprietário estar negativado ou com restrição (24%) ou não possuir as garantias exigidas pelas instituições financeiras (12%).
“É possível perceber que o pior da crise já passou. Depois de um longo período de dificuldades, já identificamos uma certa melhora nos indicadores e que deve prosseguir ao longo dos próximos meses. A expectativa é que esses números possam se refletir também na geração de novos empregos, o que consolidaria esse cenário de retomada da economia”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.
Manutenção do emprego
O estudo mostra ainda que os empreendedores também estão adotando diferentes estratégias para evitar demissões. O levantamento aponta que 43% deles suspenderam o contrato de trabalho dos funcionários durante a crise, enquanto 26% reduziram a jornada com a respectiva redução de salários e 16% deram férias coletivas. Outros 47% disseram não ter adotado nenhuma das medidas autorizadas pelo governo.
A pesquisa revela ainda que os empresários também investiram na digitalização dos seus negócios. 67% das empresas utilizam as redes sociais, aplicativos e a internet para comercializar seus produtos e serviços.
Em relação à expectativa de retomada das atividades, 70% dos empreendedores acham que menos da metade dos clientes vão voltar aos estabelecimentos com menos de trinta dias. Eles acreditam que serão necessários onze meses para que a economia se recupere da crise.