A pandemia do coronavírus, que chegou ao país no último mês de março, um dos setores da economia mais afetados foi o de alimentação fora do lar, que inclui bares, restaurantes e lanchonetes. As restrições de mobilidade, forçadas pelas medidas de isolamento social, fizeram com que os empreendedores que atuam no ramo tivessem que inovar seus modelos de negócio para continuar operando.
Pensando nas necessidades de orientação específicas desses empresários, o Sebrae e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se uniram à Galunion, consultoria especializada em foodservice, para a produção de cartilhas que vão apoiar os negócios de alimentação no processo de retomada. Seis documentos já estão disponíveis no Portal do Sebrae e novos serão elaborados enquanto perdurar a pandemia.
A primeira cartilha, disponível no Portal do Sebrae (acesse aqui), ensina os empresários a implantar um serviço de delivery na era digital. O conteúdo oferece orientações sobre estratégia comercial e reforça a importância de aspectos como embalagens, formas de pagamento, plataformas de aquisição de pedidos, sistema de entrega, comunicação, promoção e pós-implantação.
A cartilha detalha, por exemplo, que nesse momento em que as famílias estão confinadas em casa, o empresário precisa pensar em compor ofertas que atendam a mais de uma pessoa. Além disso, é fundamental deixar claro a quantidade de clientes que cada produto atende e pensar de que forma o alimento será servido na casa do consumidor.
Otimizar processos
A segunda cartilha esclarece os donos de pequenos negócios sobre como otimizar os processos para alcançar melhores resultados. Entre as informações está a de que o consumo de alimentos preparados fora do lar não vai parar com o fim da pandemia, mas todo o processo de produção da comida precisa ser revisto. A cartilha aborda três aspectos primordiais: produtos e receitas, processos e pessoas.
O documento observa, entre outras sugestões, que uma das formas de otimizar o negócio é diminuir a diversidade de produtos e trabalhar com “especialidades da casa”, oferecendo de duas a três opções de pratos que serão incentivados nos aplicativos e outros canais de vendas.
Na série, os empresários são apresentados às diferentes modalidades de consumo que podem ser implementadas no estabelecimento, desde o tradicional delivery (entrega), até novos sistemas como o grab’n go (pega o produto e leva). As cartilhas ensinam que o grab’n go está se tornando mais comum e a situação de distanciamento social deve acelerar o processo de adaptação dos conceitos para este modelo de atendimento.
A quarta cartilha trata sobre como superar os desafios para a retomada do negócio. O conteúdo discute questões como qual o momento de reabrir a empresa, quais os cuidados necessários com a equipe, quais as adaptações recomendadas pelos protocolos operacionais, a possibilidade de estabelecer parcerias com fornecedores e o poder da colaboração
Neste documento, o empresário aprende que se sua venda no restaurante – antes da pandemia – era 100%; na nova realidade, a venda presencial talvez venha a representar apenas 60% do resultado. O restante do faturamento deverá vir de modalidades como delivery, grab’n go, catering, vendas de kits, eventos, dentre outras alternativas.