Estudo feito pelo Sebrae, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, mostra que as mulheres comandam 34% dos negócios em Sergipe. O percentual coloca o estado como o décimo no ranking nacional e o quinto no Nordeste, em termos percentuais, de empreendedorismo feminino.
Os números, que levam em conta o terceiro trimestre de 2022, revelam que são pouco mais de 105.5 mil mulheres a frente de uma empresa. O dado inclui aquelas que trabalham por conta própria e as que contam com empregados em seu negócio.
Cinquenta e três por cento delas atuam no setor de serviços, enquanto 27% trabalham no comércio, 13% na indústria e outros 7% na agropecuária. Segundo o estudo, as atividades com maior participação feminina são as de cabelereiros e tratamento de beleza. Comércio de vestuário, serviços de bufê e comida preparada, comercio de produtos farmacêuticos, comércios e perfumes e o comércio de confecções.
O levantamento mostra que 58% das empreendedoras sergipanas desempenham a posição de “chefe de domicílio”. O percentual é bem superior à média nacional, que é de 51%, e coloca o estado como o primeiro do Nordeste no ranking.
Essa responsabilidade de ter dupla jornada contribui para que elas possam se dedicar menos ao negócio. Trinta e cinco por cento das empreendedoras trabalham de 14 a 40 horas no seu empreendimento.
Mais escolarizadas
No mundo do empreendedorismo, as mulheres são mais escolarizadas que os homens. Dezenove por cento delas possui nível superior (17% entre os homens). Apesar disso, os empreendedores homens obtinham um rendimento mensal 14.4% acima das mulheres (R$ 1973 contra R$ 1.725 recebido pelas mulheres).
Para a superintendente do Sebrae, Priscila Felizola, a pesquisa reforça a necessidade do estado desenvolver políticas públicas que estimulem o ingresso de mulheres na atividade empreendedora e que assegurem melhor remuneração para as donas de negócios.
“Apesar da evolução do nível de ensino das mulheres, a disparidade da remuneração em comparação com os homens persiste. Essa mudança passa pela ampliação da presença das mulheres nos segmentos mais qualificados e com melhor nível de faturamento. Mesmo com a proporção de mulheres com formação superior seja maior que a dos homens, elas continuam com um rendimento inferior ao deles”.
A pesquisa também revelou que homens são mais velhos e estão há mais tempo na atividade atual, comparados às donas de negócio. Na faixa etária entre 35 anos e 54 anos, a proporção de homens e mulheres é a mesma (48%). Mas elas são maioria na faixa mais jovem – até 34 anos – onde representam 32% contra 28% dos homens. Já os donos de negócios dominam na faixa etária de 55 anos ou mais. Entre os mais velhos, os homens são 24% e as mulheres 19% do universo.
A maioria das donas de negócios (89%) continua atuando sozinha em seus empreendimentos, ou seja, de cada dez empresas, nove funcionam com apenas a mulher no comando.
O estudo do Sebrae revela ainda que, quando possuem empregados, as mulheres têm empreendimentos menores, gerando menos postos de trabalho do que os homens. Enquanto as donas de negócios lideram entre as empresas com 1 a 5 empregados, os homens estão à frente entre os negócios com 51 funcionários ou mais.