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Empresas sergipanas apresentarão tecnologias durante a COP 27

As duas companhias integram uma missão empresarial organizada pelo Sebrae
Por Wellington Amarante
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Duas empresas sergipanas da cadeia de óleo, gás e energias foram selecionadas para apresentar suas soluções durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27), que acontece até o dia 18 em Sharm El Sheik, no Egito. A Engepet e a Aqualuffa irão mostrar durante o evento tecnologias que podem contribuir para mitigar emissões de gases do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas.

As duas companhias integram uma missão empresarial organizada pelo Sebrae, que busca no evento posicionar o Brasil como a nova cadeia de suprimentos do mundo, fortalecida pelos pequenos negócios, que proporcionam uma matriz energética cada vez mais limpa, segura e diversificada.

A Engepet foi criada em 1999 e atua no desenvolvimento de novas soluções para a indústria de petróleo brasileira, na área de elevação artificial e escoamento de petróleo. Ela apresentará durante a COP 27 uma tecnologia que vem sendo empregada em campos terrestres nos municípios de Carmópolis, Siriri e Riachuelo e que permite aumentar a produção nos poços bombeados, elevar a vida útil desses locais e, o melhor, eliminando o dano ambiental.

O equipamento pneumático criado pela empresa possui um sistema de sucção/compressão de gás natural, o que ajuda a aumentar a vazão de óleo em comparação com os métodos tradicionais que são empregados. Além disso, ele elimina a necessidade de intervenção de sondas, contribuindo para aumentar a longevidade dos poços, e permite recuperar o gás que iria ser despejado na atmosfera durante o processo, o que elimina assim o dano ambiental.

“É um modelo que já foi testado com eficiência comprovada em mais de 50 poços e que pode ser reaplicado em diversos países. Os resultados mostraram que ele garante o aumento da produção de petróleo, sem qualquer tipo de consequência para o meio ambiente”, explica o empresário Homero Pessoa.

A apresentação da tecnologia será feita nesta quinta-feira, às 9h (horário local), no palco Empreendedor Sebrae ‘Pesquisa, desenvolvimento e inovação na energia’, durante o painel 11, que tem como tema a elevação do fator de recuperação dos poços de petróleo com pesquisa, desenvolvimento e inovação brasileiro.

Absorção de óleo

Já a Aqualuffa é uma startup fundada em 2019 e que surgiu como meio de inserir no mercado um produto desenvolvido no ambiente acadêmico. Ela atua no serviço de descontaminação de águas e efluentes, desde as análises físico-químicas necessárias para determinar o nível de contaminação, até a oferta de estratégias de solução.

O produto apresentado pela empresa durante a Conferência do Clima consiste no reaproveitamento de uma bucha vegetal, que tradicionalmente é utilizada no banho e produzida por agricultores familiares. Os empreendedores modificaram a superfície desse material de forma a permitir que ele adquirisse o poder de absorver óleo e, ao mesmo tempo, garantisse a degradação da parte mais tóxica do combustível.

A tecnologia, de acordo com Denisson Santos, um dos responsáveis pela empresa, pode ser aplicada tanto em situações como derramamento de petróleo em alto mar, como no reaproveitamento e absorção do óleo no processo produtivo. Uma outra vantagem, é que o produto pode ser utilizado não apenas pela indústria petrolífera.

“Em uma indústria que fabrica latinhas de alumínio, por exemplo, essa bucha pode capturar a água que é usada no processo e que seria desperdiçada, e permitir a sua reutilização, o que hoje não ocorre. Isso ajuda o meio ambiente”. A apresentação será feita também nesta quinta-feira, ás 10h durante o painel Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na energia.

Para a analista técnica do Sebrae e gestora do projeto de Energias, Adriana Lira, a participação dos sergipanos da COP 27 traz não apenas ganhos comerciais, mas também a possibilidade de gerar inteligência de mercado e a troca de conhecimentos com outros pesquisadores e empresários.

“Temos uma matriz energética diversificada, que é limpa e segura, e que pode servir de referência para outros países. O Sebrae, ao lado dos parceiros, busca durante esse evento apresentar soluções que estão sendo desenvolvidas pelas empresas nacionais e que podem ser comercializadas com outros países. Além dessa estratégia comercial, a discussão com diversos segmentos nos ajuda a planejar as ações que serão desenvolvidas nos próximos anos em relação às energias renováveis”.

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